Quando eu frequentava o metrô de São Paulo, em alguns vagões tinha uma tela onde passavam vídeos de avisos, publicidade e entretenimento. Acho que essas telas ainda existem, talvez tenham aumentado em quantidade.
Lembro bem que, em dado momento, aparecia o horóscopo do dia para os 12 signos de uma forma tão simplista que não servia nem para fazer piada.
Naquela época, o estudo do céu já mantinha o meu coração batendo e, lamentando o grande alcance daquela idiotice, eu tinha a limpa convicção de que aquilo era qualquer coisa, menos Astrologia.
A Astrologia é uma das mais antigas e profundas formas de conhecimento dos ciclos da natureza e da essência humana.
Esse conhecimento não foi inventado por ninguém, mas emergiu da observação meticulosa e contínua da relação entre os movimentos celestes e os eventos terrestres.
Estamos falando de uma observação que remonta a milênios e foi codificada em uma linguagem simbólica que conecta o macrocosmo (o universo) ao microcosmo (o indivíduo).
No cerne dessa prática está o princípio hermético da correspondência (uma das sete chaves que desvendam a existência):
"O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima."
O Caibalion
A Astrologia, portanto, não é uma mera superstição, mas uma manifestação desse princípio universal que o Caibalion (o estudo da filosofia hermética) nos deixou de presente.
Desde quando?
Desde os tempos das pinturas rupestres podemos constatar que o homem usava o céu como referência para a vida.
Mais à frente, com os babilônios, passando pelos egípcios, gregos, árabes e indianos, a Astrologia foi desenvolvida como um sistema de interpretação dos ciclos naturais.
Os antigos observavam que certos padrões celestes coincidiam com eventos climáticos, colheitas, guerras e até mesmo com o comportamento humano.
Essas observações foram registradas e transmitidas ao longo das gerações, criando um corpo de conhecimento que integra o homem ao cosmos.
Assim, a linguagem astrológica é uma forma muito eficiente de traduzir essas correspondências em termos compreensíveis para a mente humana.
O código é vasto, muito vasto e exige um estudo constante.
Saturno, por exemplo, o planeta associado ao tempo, à disciplina e às limitações, reflete a ideia de que toda forma de vida está sujeita a ciclos de crescimento, maturação e declínio.
Essas associações não são arbitrárias, mas sim fruto de uma observação profundamente cuidadosa sobre a natureza das coisas.
A Astrologia é, então, uma mistura de técnica sobre os conceitos e sensibilidade para percebê-los na prática.
Astrologia banalizada
A banalização da Astrologia não veio do nada. Nós, amantes desse conhecimento, precisamos entender isso!
Com a perseguição da Igreja durante a Inquisição (apesar de alguns papas usarem bastante a observação dos astros), a Astrologia quase morreu.
Afinal, a fogueira estava logo ali.
Com o Iluminismo, por volta do século XVIII, a coisa ficou ainda pior, pois qualquer conhecimento tinha que ser comprovado com uma “razão” que coubesse num gráfico cartesiano.
Porém, isso é impossível com a Astrologia, pois essa é uma arte de interpretação dos símbolos.
Dois astrólogos podem olhar para o mesmo céu e cada um chegar a uma conclusão diferente. Se ambos forem sérios, as duas conclusões não serão antagônicas, mas complementares.
Diante desse cenário de sufocamento, a Astrologia passou a ser considerada superstição e enganação.
Em paralelo, os estudos esotéricos continuaram em segredo e a Astrologia começou a sair da toca no século XIX.
Porém, essa retomada precisou vir bastante suavizada nos almanaques da época, enquanto alguns astrólogos misturaram outros conhecimentos no estudo do céu, como a psicologia e o espiritismo.
Prometo explicar melhor essa parte história em outro artigo. Por agora, é importante visualizar que a Astrologia passou por um grande processo de ridicularização, se escondeu e retomou num molde bastante diferente do clássico.
No entanto, nada disso fez a Astrologia parar de funcionar, obviamente.
Não importa a imagem feia que foi pintada da Astrologia (muito projetada ainda hoje). Esse é um conhecimento que continua se referindo à lindíssima sintonia que existe em todos os planos da existência, incluindo o homem e os astros.
Quem usa a Astrologia no dia a dia sabe muito bem que é uma ferramenta poderosa para que a gente não desperdice tempo e energia remando contra a maré.
Tudo o que é forçado não tem força!
Esperto é quem respeita o fluxo da natureza.
Sábio é quem decide com clareza do cenário que se apresenta.
Plutão vai passar pelo seu Meio do Céu? Sim, você será desafiado a se transformar em relação à carreira ou grandes projetos de vida.
Ou seja:
A correspondência é uma lei que não podemos evitar, mas a decisão do que fazer diante da informação (e da realidade!) é totalmente livre e particular.
É por isso que a Astrologia funciona.
Porque céu e Terra se movem em harmonia.
A Astrologia nos faz reconhecer que somos parte de um todo maior. Estamos inseridos numa grande teia que conecta a flor, a formiga, o bebê que nasce, a bolsa de valores, o carro que bate, a alma aflita, as águas no mar, os planetas, as estrelas.
Não estamos separados da natureza, mas, sim, profundamente conectados a ela.
O céu é um espelho que reflete a complexidade e a beleza da vida na Terra.
Com amor, com Deus,
Astróloga do Jardim
P.S.: Se ainda não é assinante do Jardim Astrológico Secreto, tá esperando o quê, criatura???
Venha comigo para a Astrologia de altíssimo nível!